Hoje vamos falar sobre a caixa preta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publica nesta sexta-feira, a lista dos seus 50 maiores tomadores de recursos. É a primeira vez que esses dados são disponibilizados ao público neste formato, sendo encontrados no site: www.bndes.gov.br/maioresclientes. A medida é uma resposta às promessas do presidente eleito Jair Bolsonaro de abrir a “caixa preta” do BNDES, para descobrir possíveis irregularidades e preferências nas operações de crédito do banco durante os governos do PT.
Sobre a divulgação em si não é novidade, mas o sistema torna mais simples a pesquisa, explica o BNDES. Independentemente da motivação, porém, a ferramenta é um importante instrumento de transparência para a instituição, que usa recursos da sociedade para financiar grandes grupos.
Conforme já foi noticiado e segundo o banco, a ferramenta permite ao usuário ver cada operação efetuada com os 50 maiores tomadores de recursos dos últimos 15 anos (2004 a 2018), além de disponibilizar recortes trienais. Anteriormente, para chegar a esse tipo de resultado, era necessário buscar por informações em diferentes páginas e, às vezes por diferentes linhas de financiamento.
Para facilitar, colocamos aqui o link direto para acessar o gráfico e a lista dos 50 maiores tomadores de empréstimos do BNDES é possível verificar pelos período de 2004 até 2018 tb. Clique aqui, 50 maiores tomadores de recursos.
A nova página da plataforma de transparência também permitirá saber se os recursos emprestados pelo BNDES para os maiores clientes foram por meio de empréstimos ou de investimento em renda variável, por compra de ações negociáveis ou por outras formas do BNDES entrar na estrutura societária da empresa.
Navegação do site da transparência mais amigável e acessível
A busca por melhorar a experiência do usuário responde ao compromisso de facilitar o entendimento do público das operações efetuadas pelo Banco, permitindo analisar onde a instituição mais investiu.
O BNDES reconhece que, apesar da variedade de informação que o banco tem disponibilizado nos últimos três anos, “há uma percepção de que os dados frequentemente estão disponíveis de uma maneira difícil para a maioria das pessoas”. O objetivo é, assim, tornar a navegação mais amigável e acessível, facilitando o exercício da cidadania por cada brasileiro.
A disponibilização da lista, com acesso a um grande número de detalhes de cada operação, é parte do esforço de transparência que o banco tem feito e que deve ser a marca das suas ações sempre, diz a nota.
A responsabilidade do BNDES com o público é parte fundamental do seu caráter, já que o banco, para executar sua missão de apoio ao desenvolvimento do país, gere recursos públicos, tendo o Tesouro Nacional como seu acionista.
Também os contratos de exportação para outros países
A iniciativa de facilitar a compreensão das operações do BNDES também inclui um acesso direto a todos os contratos de exportação de bens e serviços brasileiros de engenharia para projetos em outros países.
Foi disponibilizado um link que permite acessar, na íntegra, os contratos assinados entre o BNDES, o país importador e a empresa brasileira exportadora de bens e serviços de engenharia.
Lá, estão disponíveis os contratos referentes à exportação relativa a projetos nos nossos vizinhos Argentina, Paraguai, Peru e Venezuela, assim como em Honduras, Equador, Costa Rica, Guatemala, México, República Dominicana e Cuba, além de Angola, Gana e Moçambique.
Quais são os maiores devedores do BNDES
A lista do BNDES deve frustrar os que procuram identificar em seu topo nomes de grupos privados envolvidos nos escândalos e negociatas com os governos passados. Na lista, há grupos internacionais que poderiam se financiar facilmente no exterior, sem aumentar o custo do Tesouro Nacional. Assim, junto com a transparência, a lista pode ser um bom ponto de início de discussão sobre o real papel do BNDES para a economia do país e sua melhor forma de atuação.
As maiores tomadora de recursos, Estatais, Estados, Transportadoras e Telefônicas:
- Petrobras, com R$ 62,4 bilhões;
- Embraer, com R$ 49,4 bilhões;
- Norte Energia com R$ 25,4 bilhões;
- Vale tem R$ 22,5 bilhões;
- Odebrecht, com R$ 18,1 bilhões;
- Estado de São Paulo tem dívida de R$ 14,5 bilhões;
- Transportadora Associada de Gás (TAG), hoje da Petrobras, R$ 13,3 bilhões;
- TIM com R$ 12,1 bilhões;
- Telefônica aparecem com R$ 10,3 bilhões.
Há casos interessantes, como a multinacional italiana Fiat, fabricante de bens de consumo, décima maior devedora, que pegou R$ 10 bilhões do BNDES. Outras montadoras, como a Renault, também receberam recursos sob a lógica de que o banco deve incentivar a indústria local. Há também o caso da Oi Móvel, em recuperação judicial, com R$ 9,8 bilhões, que se somam a outros R$ 4 bilhões da Oi S/A. O grupo controlador da operadora recebeu diversos incentivos dos governos do PT para criar a maior operadora de telefonia nacional, mas a empresa acabou vendida para um grupo português e depois entrou em dificuldades. A suspeita de sempre, a JBS, é apenas a vigésima, com R$ 7,7 bilhões do banco.
Fonte: Arena do Pavini